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O sapo e o escorpião: do pessimismo à reflexão

O Sapo e o escorpião: fábula da natureza humana

A fábula do sapo e do escorpião, de autor desconhecido, é uma das mais populares do mundo. Carrega uma visão pessimista da natureza humana, pois afirma que, por mais autodestrutiva que seja, ela não pode ser mudada. Nessa caso, a fábula é um convite à reflexão. A mensagem não acaba com o desfecho da narrativa, pois exige resposta do leitor, que deve confirmá-la ou questioná-la.

As fábulas são narrativas que promovem o distanciamento do leitor, afinal, os personagens não são pessoas, mas animais com características humanas. Isso evita a identificação com estereótipos (como princesas e príncipes) e enfatiza a moral da história. Por isso são muito utilizadas na educação infantil, como as milenares fábulas de Esopo.

O sapo e o escorpião


Na margem de um rio estava um sapo. Ele precisava chegar à margem oposta. Enquanto se preparava para entrar na água, chegou um escorpião. Também este precisava chegar à outra margem, mas não podia fazê-lo: os escorpiões não sabem nadar.

A contragosto viu que o sapo era a única possibilidade de chegar ao outro lado. O escorpião pediu ao sapo para ajudá-lo:

Deixa-me subir nas tuas costas e transporta-me até a outra margem. És grande o suficiente e não te cansarás.

Mas o sapo, que conhecia o veneno do ferrão do escorpião, respondeu:

Nas minhas costas? Estás louco! Tenho medo de teu veneno mortal!

E o escorpião então retrucou:

— Estás enganado em ter medo de mim! Desejo apenas atravessar o rio. É meu interesse que você fique vivo durante a travessia, pois se eu lhe ferroar, morreremos os dois, já que eu não sei nadar.

Com tal raciocínio, o escorpião convenceu o sapo. Subiu, então, em suas costas. O sapo entrou na água carregando o escorpião e começou a nadar à vontade no seu meio natural.

Assim que chegou no meio do rio, no ponto que era mais forte a corrente e maior o esforço do sapo, o escorpião levantou o rabo e enterrou o ferrão com toda força nas costas do sapo.

Enquanto o veneno mortal se espalhava em seu corpo, sentindo que a vida se esvaía, o sapo exclamou:

Por que fizeste isso? Não vês que ambos morreremos? Eu envenenado e tu afogado!

E o escorpião, já se afogando, diz:

Porque eu sou um escorpião e esta é minha natureza.


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