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As três leis da robótica de Isaac Asimov

3 leis da robotica de isaac asimov

Para a maioria das pessoas, uma inteligência artificial consciente é mera ficção científica. Contudo, muitos cientistas e filósofos começam a dar maior atenção ao tema, principalmente depois que máquinas e programas cada vez mais sofisticados passaram a ocupar mais espaços nas sociedades. Todavia, antes que essa preocupação surgisse entre os pensadores, o escritor Isaac Asimov se antecipou ao debate criando as três leis da robótica em seu livro Eu, Robô, lançado em 1950.

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    As três leis da robótica criadas por Asimov são:

    1. Um robô não pode ferir um humano ou permitir que um humano sofra algum mal
    2. Os robôs devem obedecer às ordens dos humanos, exceto nos casos em que essas ordens entrem em conflito com a primeira lei
    3. Um robô deve proteger sua própria existência, desde que não entre em conflito com as leis anteriores.

    Na época em que Asimov elaborou essas leis, o imaginário popular sequer poderia conceber as máquinas de hoje. Porém, a evolução exponencial da tecnologia digital — inclusive com programas de computador que criam outros programas — acendeu um sinal de alerta.

    Aos poucos ficamos cada vez mais dependentes das máquinas, pois tornam a vida mais fácil. Talvez esse seja o real perigo, uma vez que essa dependência gera uma série de problemas, como a perda de habilidades humanas e a ameaça da automatização substituir trabalhadores nas fábricas — fato já evidente.

    As máquinas ocupam espaços cada vez maiores em nossas vidas, enquanto seus programas ficam mais sofisticados, gerando uma dependência quase absoluta. Já transferimos boa parte de nossas tarefas para computadores e celulares; não funcionamos mais sem internet. Com o avanço da inteligência artificial, corremos o risco de transferir também decisões pessoais às máquinas.

    Para o filósofo da informação Pierre Lévy, é um erro tratar a tecnologia como algo externo, assim como falar de seus “impactos na sociedade” como resultado de algo que não criamos. Nós criamos a tecnologia e a relação que temos com ela depende de nós mesmos. As três leis da robótica são um exemplo de reflexão sobre um futuro cada vez mais dependente da tecnologia.

    AutorAlfredo Carneiro – Graduado em Filosofia e pós-graduado em Filosofia e Existência pela Universidade Católica de Brasília.

    Referências Bibliográficas

    • ASIMOV, Isaac. Eu, Robô. São Paulo: Editora Exped, 1978
    • LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999