“Os três filtros de Sócrates” é um diálogo difundido na internet atribuído a esse antigo filósofo grego. Porém, esse diálogo não existe nas obras de Platão; certamente essa é uma história fictícia inspirada na forma de dialogar de Sócrates. Contudo, isso não invalida sua mensagem positiva.
Grande parte de nossas reações cotidianas são impensadas e, por isso, nos causam muitos problemas, então, podemos usar esses filtros para submeter nossas atitudes ao crivo da razão, tornando nossas reações mais cuidadosas e, talvez, mais sábias.
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Os três filtros de Sócrates: verdade, bondade e utilidade.
Certa feita, um homem esbaforido chegou até Sócrates e sussurrou-lhe aos ouvidos:
— Escuta, na condição de teu amigo, tenho alguma coisa muito grave para te dizer.
— Espera!… interrompeu o sábio prudente. Já passaste o que me vais dizer pelos três filtros?
—Três filtros?! – perguntou o amigo, espantado.
— Sim, meu caro amigo, três filtros. Observemos se tua confidência passou por eles. O primeiro, é o filtro da verdade. Guardas absoluta certeza, quanto àquilo que pretendes me dizer?
— Bem, pensou o amigo, assegurar mesmo, não posso… mas ouvi dizer e… então…
—Exato! Interrompeu mais uma vez o sábio filósofo. Com certeza passaste o assunto pelo segundo filtro, o da bondade. Ainda que não seja real o que julgas me dizer, será pelo menos bom o que queres me contar?
Pensando um pouco, o homem replicou:
— Isso não!… Muito pelo contrário…
— Ah! – tornou o sábio – então vamos recorrer ao terceiro filtro: o da utilidade, e notemos o proveito do que tens a me dizer.
– Útil?!… – questionou o visitante ainda agitado.
– Útil não é…
— Bem – concluiu Sócrates – se o que tens a falar não é verdadeiro, nem bom e nem útil, esqueçamos o problema e não te preocupes com ele, já que nada importam coisas que não são benéficas ou proveitosas para nós.
Autor: Alfredo Carneiro – Graduado em Filosofia e pós-graduado em Filosofia e Existência pela Universidade Católica de Brasília.
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