A voz da comunidade e a nova comunicação.

Rene Silva escreveu seu nome na cultura digital brasileira com suas transmissões via Twitter

Durante a tomada do complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, em novembro de 2010, as emissoras não podiam cobrir de perto o que acontecia, uma vez que estavam impossibilitadas de entrar no morro. No entanto, graças a um  jovem morador da favela, a invasão foi noticiada via Twitter. Essa comunicação direta e descentralizada é a marca da cultura digital, e esse episódio é um ótimo exemplo para compreender essa nova comunicação.

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Esse jovem, além de noticiar o que estava acontecendo, também corrigia as notícias desencontradas que passavam na televisão.  Bem antes da ocupação, ele  já atuava na favela fazendo um admirável trabalho comunitário.  Com poucos recursos produzia um jornal de utilidade pública, chamado “Voz da Comunidade”, e utilizava redes sociais para se comunicar.  Nesse dia,  ele tomou o lugar das grandes emissoras.

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Em apenas 3 dias, durante a invasão,  o perfil no Twitter da “Voz da Comunidade” passou de 180 para mais de 30.000 seguidores.  O jovem, chamado Rene Silva,  se tornou um verdadeiro correspondente de guerra.  O feito virou notícia no mundo todo  e foi citado pela CNN, BBC e Al Jazeera.

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Atualmente, até mesmo grandes jornais, como O Globo, utilizam a Voz da Comunidade como fonte de informação. Rene Silva, de apenas 17 anos, morador do Morro do Adeus,  está utilizando o prestígio conquistado para conseguir patrocínio para seu jornal e melhorar a vida da sua comunidade, trabalho que ele já fazia desde os 11 anos de idade.

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Rene  escreveu seu nome na história da cultura digital brasileira. Sua iniciativa mostra que, com boa vontade e  poucos recursos tecnológicos, podemos fazer a diferença e ir até mesmo onde a grande mídia não consegue chegar.