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Falácias: introdução, conceitos e exemplos

Falácias - Introdução, exemplos e conceitos

As falácias são formas de argumentar que tentam passar a impressão de conhecimento válido, no entanto, suas premissas são falsas ou incoerentes. Muitos gurus, líderes e políticos utilizam falácias contando com o fanatismo, a superstição, a fragilidade emocional ou a ingenuidade das pessoas. Muitas vezes, até mesmo nossas crenças pessoais, quando explicadas de forma argumentativa, apresentam premissas falsas que não havíamos percebido. É por isso que se diz que as falácias não são apenas formas incorretas de argumentar, mas também formas incorretas de pensar.

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    A argumentação correta é aquela em que as premissas sustentam a conclusão. Um exemplo clássico, muito utilizado para explicar a coerência lógica que todo argumento deve ter, é o seguinte:

    • Todo homem é mortal (premissa 1 ou premissa maior)
    • Sócrates é homem (premissa 2 ou premissa menor)
    • Logo, Sócrates é mortal (conclusão)

    Esse tipo de estrutura dedutiva formada por duas premissas e uma conclusão é chamada de silogismo. Por maior que seja a quantidade de premissas, elas devem ser válidas e possuir coerência lógica para que sua conclusão seja considerada conhecimento válido. No exemplo citado, todas as premissas são válidas, afinal, todos os homens são mortais e Sócrates é homem. Não é possível deduzir que Sócrates é imortal, pois seria contraditório.

    Esse pequeno argumento criado por Aristóteles consegue demonstrar de forma intuitiva os conceitos principais de qualquer argumentação, como premissa, conclusão, coerência, contradição e dedução. O silogismo faz parte da lógica aristotélica, um complexo estudo do raciocínio humano.

    Falácias: exemplos e tipos


    Por outro lado, um argumento falacioso não apresenta essa coerência lógica, pois suas premissas não sustentam sua conclusão, afinal, são justamente um tipo de argumento que busca confundir e enganar as pessoas, tentando passar a ideia de coerência e conhecimento válido. Para isso, vários subterfúgios são utilizados, tal como ocorre em um truque de mágica que tenta iludir os espectadores.

    Um exemplo de falácia são as antigas propagandas de cigarro em que médicos apareciam fumando, ou seja, se até os médicos fumam, logo, o cigarro não faz mal à saúde. Contudo, os fabricantes de cigarro estavam utilizando um argumento falacioso conhecido como “apelo à autoridade”.

    Se uma autoridade em um assunto afirma ou faz algo, não quer dizer que esteja correta só porque é autoridade, mas sim porque, além de ser autoridade, demonstra suas afirmações de forma argumentativa com premissas válidas. No caso dessas propagandas, não havia argumentação, apenas a imagem de um médico fumante que tentava transmitir a falsa premissa de que cigarro não prejudica a saúde.

    Outra falácia muito comum é o “ataque ao argumentador”, que simplesmente ofende ou ridiculariza o oponente, tentando com isso desqualificar sua argumentação sem acrescentar nada de relevante ao assunto. É uma forma de encerrar o debate transmitindo a falsa premissa de que o indivíduo não tem “moral” ou “qualificação” para discordar, mesmo que seu questionamento esteja correto.

    Algumas falácias, no entanto, são mais sofisticadas, difíceis de identificar e passam a impressão de argumentação válida apresentando pesquisas falsas, teatralidade e até mesmo apelo aos sentimentos. Apesar das falácias serem consideradas uma forma inválida de argumentar, são muito utilizadas, pois fazem parte de estratégias para enganar o público.

    Confira nossos posts sobre os tipos de falácias mais utilizadas:

    AutorAlfredo Carneiro – Graduado em Filosofia e pós-graduado em Filosofia e Existência pela Universidade Católica de Brasília.