Falácia do ataque ao argumentador (ad hominem)

A falácia do ataque ao argumentador (argumentum ad hominem) é utilizada para fugir do debate atacando a pessoa do argumentador, não o argumento. É uma estratégia comum, utilizada na política e no cotidiano. Muitas pessoas utilizam ad hominem mesmo sem conhecimento de falácias.
Essa falácia assume muitas formas, como por exemplo, questionar a moral do argumentador, sua aparência física, nacionalidade, religiosidade, interesse pessoal, etc.
Afirmar que a pessoa que está argumentando não pratica o que diz também pode ser uma variação dessa falácia.
É uma forma de fugir do assunto passando a impressão de argumentação válida. Entretanto, na maioria das vezes, o ataque ao argumentador não tem relação alguma com o que está sendo debatido.
Exemplos de ad hominem
- “Me aconselha sobre como educar meus filhos, mas é divorciado.”
- “Diz para ter paciência com minha esposa, mas é padre.”
- “Já trabalhou em madeireira e fica defendendo causas ecológicas.”
- “Me aconselha a estudar, mas é burro.”
- “Me sugere fazer dieta, mas é gordo.”
- “Diz que preciso fazer exercícios, mas é preguiçoso.”
- “Isso não pode ser verdade, pois você é um idiota.”
- “Vocês vão acreditar em mim ou nesse vigarista?”
- “Ela disse para você se separar do seu marido só porque não é casada.”
- “Não é formado e gosta de falar da importância da universidade.”
Na argumentação ad hominem, o oponente quer apenas negar o diálogo. Na maioria das vezes é uma forma de mascarar falhas pessoais, pois o caráter ou as circunstâncias do argumentador não tem relação com a verdade ou falsidade do que está sendo dito.
Autor: Alfredo Carneiro – Graduado em Filosofia e pós-graduado em Filosofia e Existência pela Universidade Católica de Brasília.
Referência Bibliográfica
- Guia das falácias de Stephen Downes
- Law, Stephen. Guia Zahar de Filosofia. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 2008.